Decisão do Tribunal de Justiça reconhece relacionamento aberto como união estável
goo.gl/3FDYzT | A 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina acaba de decidir um caso que certamente trará repercussão não somente social como também cultural. Em recurso sob a relatoria do desembargador Jorge Luis Costa Beber, a corte reconheceu a existência e a dissolução de união estável homoafetiva entre dois homens, com todos os efeitos jurídicos daí decorrentes.
No 1º grau, ainda que o relacionamento afetivo tenha perdurado por mais de 10 anos, o pleito foi negado por se tratar de uma relação do tipo aberta, com contatos sexuais consentidos, tanto de um como do outro companheiro, com terceiras pessoas. "Não compete ao Estado impor modelos familiares preconcebidos, tampouco se imiscuir num modelo de relacionamento afetivo, consensualmente escolhido pelos interessados, despido de preconceitos, onde a fidelidade e a exclusividade foram tratadas de modo diversos", anotou o relator.
Para Beber, o direito é uma ciência viva e em constante evolução. "O conservadorismo do julgador, em sua formação consolidada sob os influxos dos conceitos tradicionais da família monogâmica por excelência, e seus preconceitos com novas formas de relações baseadas no afeto, na união de propósitos, não devem impregnar a decisão judicial que envolva um modelo não ortodoxo", concluiu.
Com a decisão, os ex-companheiros tiveram a união reconhecida e encerrada na sequência, com a respectiva partilha dos bens havidos na constância da relação. O processo corre em segredo de justiça.
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11 Comentários
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O politicamente correto está acabando com tudo. Na esfera privada, nada a contrapor. Agora, na esfera pública, se o relacionamento é aberto, pouco importando ser hetero ou homo, o estado, através da previdência, vai custear, com a contribuição daqueles que tem o relacionamento fechado e intuito de constituir família, núcleo desse mesmo estado, o benefício respectivo. Aberto mesmo vai ficar ainda mais o cofre da previdência. continuar lendo
Se não tiver o "custeio público" (que também discordo) tu vai achar outra coisa pra reclamar Não adianta tentar disfarçar o preconceito continuar lendo
Cara. Estou tentando entender... qual a diferença entre a contribuição de quem tem relacionamento aberto ou fechado? continuar lendo
A sua pergunta está mal formulada. A diferença não está na forma de contribuir (que continua a mesma, de uma pessoa, na maioria), mas na forma de usufruir. Entendeu "Cara"? continuar lendo
Certo.. mas qual a diferença na assistência presidenciaria? continuar lendo
A questão é dar a relacionamento "aberto" uma nova concepção de união. Ora, se os envolvidos quisessem uma união afetiva, nos termos postos na lei ai teríamos o reconhecimento fácil. Ou seja, os envolvidos optaram por uma relacionamento despido dos conceitos de "união estável". Como atribuir união estável a quem não optou por ela. A questão é meramente patrimonial, e a ele deveria se cingir para a partilha de patrimônio adquirido em conjunto. Talvez se aplicasse ai antigo instituto da sociedade de fato e cada um receberia na medida de sua contribuição econômica. continuar lendo
Sinceramente, e sem preconceito com relação a uniões homossexuais ou a uniões poligâmicas hetero ou polisexuais, eu não estou entendendo como o sistema judiciário, bem como o legislativo, estendem direitos criados para proteger famílias heterossexuais,
- de uma época em que a mulher não tinha como se sustentar (o mercado de trabalho não a aceitava em igualdade de condições com o homem) -
particularmente a mulher e aos filhos gerados desse tipo de união, a uniões civis entre pessoas sem tais quesitos.
A meu ver está, isso sim, na hora de acabar com a interferência do Estado nas relações interpessoais, as quais devem ser reguladas por contratos privados determinando prazos e condições econômico-financeiras das mesmas! continuar lendo
Tribunal de Justiça de Santa Catarina é sul, e o sul é um outro país, bem melhor tenham certeza. Ah! E antes que reclamem e me venham com o "politicamente correto", não nasci no sul e não vivo lá. continuar lendo